VACINAS CONTRA POLIOMIELITE
Vacinas Contra Poliomielite (VOP e VIP)
Apresentação
-
A vacina oral poliomielite 1 e 3 atenuada (VOP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose. A embalagem depende do laboratório produtor, sendo apresentada, geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico.
-
A vacina injetável poliomielite 1, 2 e 3 inativada (VIP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose ou em seringa preenchida (monodose).
Composição
-
A VOP é bivalente desde 2016 e contém os poliovírus 1 e 3 (o tipo 2 foi retirado por ser o maior responsável pela paralisia pelo vírus vacinal e já ser cnsiderado erradicado). Tem como adjuvante o cloreto de magnésio e como conservantes a estreptomicina e eritromicina, e também polissorbato 80, L-arginina e água destilada.. A vacina usada no Brasil tem a seguinte concentração de partículas virais em cada dose:
-
poliovírus tipo 1: 1.000.000 DICT50;1
-
poliovírus tipo 3: 600.000 DICT50.
-
-
A VIP é trivalente, contém os vírus da poliomielite dos tipos 1, 2 e 3, obtidos em cultura celular e inativados por formaldeído.
Indicação
As vacinas VOP ou VIP são indicadas para prevenir a poliomielite.
Contraindicações
-
A VOP é contraindicada nas situações gerais e também nos seguintes casos:
-
Hipersensibilidade sistêmica conhecida a qualquer componente da vacina;
-
Imunodeficiência humoral ou celular congênita ou adquirida, neoplasias, terapia imunossupressora;
-
Poliomielite paralítica associada à dose anterior desta mesma vacina. Nos casos de poliomielite paralítica associada à VOP, está indicada a vacina poliomielite 1, 2 e 3 inativada;
-
Contato domiciliar com pessoas imunodeficientes suscetíveis;
-
Lactentes e crianças internados em unidade de terapia intensiva).
-
-
A VIP está contraindicada na ocorrência de reação anafilática após o recebimento de qualquer dose da vacina ou aos seus componentes.
Esquema, dose e aplicação
-
As vacinas poliomielite 1 e 3 oral atenuada (VOP) e poliomielite 1, 2 e 3 inativada (VIP) integram o esquema sequencial do MS :
-
O esquema sequencial corresponde a três doses iniciais da vacina VIP (aos 2, 4 e 6 meses). Volume 0,5 ml por via intramuscular;
-
E duas doses de reforço com a VOP: aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A VOP é administrada por via oral duas gotas. Repita a dose se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar.
-
As vacinas podem ser administradas simultaneamente com as demais vacinas dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.
-
Notas:
-
A partir de 5 anos de idade:
-
Sem comprovação vacinal: administre três doses da VOP com intervalo de 60 dias entre elas, em um mínimo de 30 dias.
-
Com esquema incompleto: complete o esquema com a VOP. Nesta faixa etária não há necessidade de reforço.
-
Criança filha de mãe HIV positivo deve receber o esquema básico e também os reforços com a vacina VIP, mesmo antes da definição diagnóstica.
-
Eventos Adversos
VIP
A anafilaxia é rara. Por conter traços de estreptomicina, neomicina e polimixina B, apresenta risco teórico de reações em pessoas com hipersensibilidade a esses antibióticos.
- Pode ocorrer eritema discreto no local da aplicação (<3%), enduração (<12%) e dor (<30%), geralmente de intensidade leve.
- Febre moderada pode ocorrer raramente.
VOP
Raramente pode ocorrer reação de hipersensibilidade, de intensidade leve, aos componentes da vacina tais como urticária, exantema pruriginoso.
- O principal evento adverso relacionado à VOP é a paralisia pós-vacinal, tanto no vacinado como no comunicante.
- Em raras ocasiões, particularmente em crianças imunodeficientes, tem sido relatada a ocorrência meningite asséptica e encefalite após a administração da VOP.
Alguns aspectos epidemiológicos da Poliomielite
Agente Etiológico
Modo de Transmissão
Período de Incubação
Transmissibilidade
Imunidade
Enterovírus da família picornaviridae, denominado poliovírus de três sorotipos I, II e III.
De pessoa a pessoa, pelas secreções nasofaríngeas. Pela água e pelos alimentos contaminados com fezes de doentes ou portadores
Dois a 30 dias
Sete a dez dias antes do início dos sintomas, até cerca de seis semanas após.
Pelos anticorpos maternos nas primeiras semanas de vida e pela vacina
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.